No dia 25 de novembro, a técnica do Museu Regional do Algarve, Dra. Célia Gil, a convite do Departamento de Educação Especial, deslocou-se à escola EB 2,3 de Montenegro para ajudar os alunos com Adaptações Curriculares Significativas (ACS), provenientes de várias turmas do 2º e 3º ciclos na montagem de um Presépio Tradicional Algarvio.
Esta atividade prendeu-se com a sensibilização para a necessidade de preservar o nosso património cultural, bem como proporcionar aos discentes aprendizagens funcionais e significativas para o seu quotidiano potenciando, desta forma, competências pessoais, emocionais e sociais.
À medida que o presépio ia avançando na sua montagem, a técnica e professora de Educação Especial iam explicando aos discentes esta tradição e a sua importância no Algarve, ressalvando sempre a importância de preservar as nossas tradições para que se perpetuem de geração em geração.
A origem deste presépio remonta ao século XVI, quando um cardeal francês introduziu a tradição das searinhas e das laranjas ao lado do Menino Jesus para que este abençoasse as sementeiras e as árvores de fruto. No século XVII, os conventos começam a montar os presépios colocando a imagem do Menino Jesus em cima do Altar.
A montagem do presépio algarvio é uma tradição mais recente, que remonta ao século XIX e pensa-se que na altura a figura do Menino Jesus fosse feita pelos denominados " Pinta Santos", uma forma de arte popular muito característica da época.
No Barrocal Algarvio, nove dias antes do Natal, preparava-se a casa para armar o presépio ou armar o Menino em cima da cómoda que estava em frente da porta da casa. No chão, à frente, ficava uma esteira de empreita, material característico do Algarve.
No presépio tradicional algarvio, o Menino Jesus aparece em pé rodeado de pequenas searas, laranjas, flores e panos de linho bordados à mão, o que de melhor e mais bonito se bordasse para assinalar esta data festiva e santa.
Por fim, de salientar que Presépios como este podem ser ainda vistos, principalmente, nas zonas do Barrocal e da Serra, no Algarve, pois as suas gentes "teimam" em não os deixar cair no esquecimento para que façam parte da nossa consciência coletiva enquanto Algarvios.
Prof.ª Liliana Bota